Brasileiro é um povo solidário. Mentira! Brasileiro é babaca.
Eleger para o cargo mais importante do Estado um sujeito que não tem escolaridade e preparo nem para ser gari, só porque tem uma história de vida sofrida;
Pagar 40% de sua renda em tributos e ainda dar esmola para pobre na rua ao invés de cobrar do governo uma solução para pobreza;
Aceitar que ONG's de direitos humanos fiquem dando pitaco na forma como tratamos nossa criminalidade...
Não protestar cada vez que o governo compra colchões para presidiários que queimaram os deles de propósito, não é coisa de gente solidária.
É coisa de gente otária.
Brasileiro é um povo alegre. Mentira! Brasileiro é bobalhão.
Fazer piadinha com as imundices que acompanhamos todo dia é o mesmo que tomar bofetada na cara e dar risada.
Depois de um massacre que durou quatro dias em São Paulo, ouvir o José Simão fazer piadinha a respeito e achar graça, é o mesmo que contar piada no enterro do pai.
Brasileiro tem um sério problema.
Quando surge um escândalo, ao invés de protestar e tomar providências como cidadão, ri feito bobo.
Brasileiro é um povo trabalhador. Mentira!
Brasileiro é vagabundo por excelência.
O brasileiro tenta se enganar, fingindo que os políticos que ocupam cargos públicos no país, surgiram de Marte e pousaram em seus cargos, quando na verdade, são oriundos do povo.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado ao ver um deputado receber 20 mil por mês, para trabalhar 3 dias e coçar o saco o resto da semana, também sente inveja e sabe lá no fundo que se estivesse no lugar dele faria o mesmo.
Um povo que se conforma em receber uma esmola do governo de 90 reais mensais para não fazer nada e não aproveita isso para alavancar sua vida (realidade da brutal maioria dos beneficiários do bolsa família) não pode ser adjetivado de outra coisa que não de vagabundo.
Brasileiro é um povo honesto. Mentira!
Já foi; hoje é uma qualidade em baixa.
Se você oferecer 50 Euros a um policial europeu para ele não te autuar, provavelmente irá preso.
Não por medo de ser pego, mas porque ele sabe ser errado aceitar propinas.
O brasileiro, ao mesmo tempo em que fica indignado com o mensalão, pensa intimamente o que faria se arrumasse uma boquinha dessas, quando na realidade isso sequer deveria passar por sua cabeça.
90% de quem vive na favela é gente honesta e trabalhadora. Mentira!
Já foi.
Historicamente, as favelas se iniciaram nos morros cariocas quando os negros e mulatos retornando da
Guerra do Paraguai ali se instalaram.
Naquela época quem morava lá era gente honesta, que não tinha outra alternativa e não concordava com o crime.
Hoje a realidade é diferente.
Muito pai de família sonha que o filho seja aceito como 'aviãozinho' do tráfico para ganhar uma grana legal.
Se a maioria da favela fosse honesta, já teriam existido condições de se tocar os bandidos de lá para fora, porque podem matar 2 ou 3 mas não milhares de pessoas.
Além disso, cooperariam com a polícia na identificação de criminosos, inibindo-os de montar suas bases de operação nas favelas.
O Brasil é um pais democrático. Mentira!
Num país democrático a vontade da maioria é Lei.
A maioria do povo acha que bandido bom é bandido morto, mas sucumbe a uma minoria barulhenta que se apressa em dizer que um bandido que foi morto numa troca de tiros, foi executado friamente.
Num país onde todos têm direitos mas ninguém tem obrigações, não existe democracia e sim, anarquia.
Num país em que a maioria sucumbe bovinamente ante uma minoria barulhenta, não existe democracia, mas um simulacro hipócrita.
Se tirarmos o pano do politicamente correto, veremos que vivemos numa sociedade feudal: um rei que detém o poder central (presidente e suas MPs), seguido de duques, condes, arquiduques e senhores feudais (ministros, senadores, deputados, prefeitos, vereadores).
Todos sustentados pelo povo que paga tributos que têm como único fim, o pagamento dos privilégios do poder. E ainda somos obrigados a votar.
Democracia isso? Pense !
O famoso jeitinho brasileiro.
Em minha opinião, um dos maiores responsáveis pelo caos que se tornou a política brasileira.
Brasileiro se acha malandro, muito esperto.
Faz um 'gato' puxando a TV a cabo do vizinho e acha que está botando pra quebrar.
No outro dia o caixa da padaria erra no troco e devolve 6 reais a mais, caramba, silenciosamente ele sai de lá com a felicidade de ter ganhado na loto... malandrões, esquecem que pagam a maior taxa de juros do planeta e o retorno é zero. Zero saúde, zero emprego, zero educação, mas e daí?
Afinal somos penta campeão do mundo né?
Grande coisa...
O Brasil é o país do futuro. Caramba, meu avô dizia isso em 1950. Muitas vezes cheguei a imaginar em como seria a indignação e revolta dos meus avôs se ainda estivessem vivos.
Dessa vergonha eles se safaram...
Brasil, o país do futuro!?
Hoje o futuro chegou e tivemos uma das piores taxas de crescimento do mundo.
“Deus é brasileiro!”
Puxa, essa eu não vou nem comentar....
O que me deixa mais triste e inconformado é ver todos os dias nos jornais a manchete da vitória do governo mais sujo já visto em toda a história brasileira.
Para finalizar tiro minha conclusão:
O brasileiro merece! Como diz o ditado popular, é igual mulher de malandro, gosta de apanhar. Se você não é como o exemplo de brasileiro citado nesse artigo, meus sentimentos amigos continuem fazendo sua parte, e que um dia pessoas de bem assumam o controle do país novamente.
Aí sim, teremos todas as chances de ser a maior potência do planeta.
Afinal aqui não tem terremoto, tsunami nem furacão.
Temos petróleo, álcool, bio-diesel, e sem dúvida nenhuma o mais importante: Água doce!
Se a verdade doeu em vc repasse, mude alguma coisa, faça a sua parte.
ARNALDO JABOR
quinta-feira, 30 de setembro de 2010
quinta-feira, 16 de setembro de 2010
FE e RAZAO
Fé e razão, qual das duas visões estão corretas? Fé que e nada mais que um simples fato de você crer ou acreditar ou razão que já te passa uma base um argumento onde as pessoas pode se apoiar porque tem uma explicação lógica e especifica.
Muito bem, vivemos dias onde a Fé e a Razão vivem tão distante uma da outra, se pararmos para pensar como cristãos diríamos que só a fé nos era necessária, e se falássemos com alguns filósofos ou cientistas eles diriam que só a razão e quem tem “razão”. Tal comparação nos dias atuais já não faz mais sentido, isolar uma da outra, façamos uma comparação de um avião, asa direita do avião se chama “fé” e a asa esquerda se chama “razão”, todos nos sabemos que para um avião levantar vôo e necessário que toda parte elétrica, turbina, os pneus enfim, tudo esteja funcionando em perfeito estado,as asas do avião são de extrema importância para levantar vôo e para controlar ele nas alturas. Imagine então se uma pessoa dotada de uma boa fé um verdadeiro apologético,defendendo sua fé, com um conhecimento muito grande na parte da ciência, filosófica, historia etc. Já parou pra pensar o tanto que esta pessoa se tornaria uma pessoa de influencia para tantas outras? Essa pessoa estaria com a asa da fé e a asa da razão. Chegaria então a determinados assuntos onde ela elevaria o seu grau de conhecimento muito alto, pautada na razão e numa base para que outras pessoas então pudessem entender, mas também chegaria a um momento onde o seu conhecimento já não valeria nada, porque já entra então a asa da fé, onde não temos argumentos e nem fatos para provar o que estamos falando. O importante é que nos não isolamos a fé do conhecimento, que nos podemos unir as duas coisas para que nossos sermões, palestras ou simplesmente ser um bom cristão, possamos alçar vôos tão altos e nunca deixando o que de mais belo Deus deixou para nos que é o conhecimento e a busca pela sabedoria. A partir do momento que conhecemos a razão e temos uma boa fé pautada no Criador, então a cada dia que passa conhecemos melhor a Deus e começamos a ver as coisas de uma maneira diferente, o mundo se torna diferente quando você se passa a ver o mundo com os olhos de Deus, na natureza no universo, onde você olhar você começa a ver a grandeza de Deus nos mínimos detalhes, porque temos fé e conhecimento para enxergar essa maravilha que esta a nossa volta. Conclusão Oséias 6.3 “Conheçamos o Senhor; esforcemos – nos por conhecê – lo.”
Nele, que disse “Eu e o Pai somos um”,
Landi!
Muito bem, vivemos dias onde a Fé e a Razão vivem tão distante uma da outra, se pararmos para pensar como cristãos diríamos que só a fé nos era necessária, e se falássemos com alguns filósofos ou cientistas eles diriam que só a razão e quem tem “razão”. Tal comparação nos dias atuais já não faz mais sentido, isolar uma da outra, façamos uma comparação de um avião, asa direita do avião se chama “fé” e a asa esquerda se chama “razão”, todos nos sabemos que para um avião levantar vôo e necessário que toda parte elétrica, turbina, os pneus enfim, tudo esteja funcionando em perfeito estado,as asas do avião são de extrema importância para levantar vôo e para controlar ele nas alturas. Imagine então se uma pessoa dotada de uma boa fé um verdadeiro apologético,defendendo sua fé, com um conhecimento muito grande na parte da ciência, filosófica, historia etc. Já parou pra pensar o tanto que esta pessoa se tornaria uma pessoa de influencia para tantas outras? Essa pessoa estaria com a asa da fé e a asa da razão. Chegaria então a determinados assuntos onde ela elevaria o seu grau de conhecimento muito alto, pautada na razão e numa base para que outras pessoas então pudessem entender, mas também chegaria a um momento onde o seu conhecimento já não valeria nada, porque já entra então a asa da fé, onde não temos argumentos e nem fatos para provar o que estamos falando. O importante é que nos não isolamos a fé do conhecimento, que nos podemos unir as duas coisas para que nossos sermões, palestras ou simplesmente ser um bom cristão, possamos alçar vôos tão altos e nunca deixando o que de mais belo Deus deixou para nos que é o conhecimento e a busca pela sabedoria. A partir do momento que conhecemos a razão e temos uma boa fé pautada no Criador, então a cada dia que passa conhecemos melhor a Deus e começamos a ver as coisas de uma maneira diferente, o mundo se torna diferente quando você se passa a ver o mundo com os olhos de Deus, na natureza no universo, onde você olhar você começa a ver a grandeza de Deus nos mínimos detalhes, porque temos fé e conhecimento para enxergar essa maravilha que esta a nossa volta. Conclusão Oséias 6.3 “Conheçamos o Senhor; esforcemos – nos por conhecê – lo.”
Nele, que disse “Eu e o Pai somos um”,
Landi!
quarta-feira, 8 de setembro de 2010
ERIC CLAPTON - Deus da Guitarra?
O Deus do deus da guitarra
Geralmente quando assisto aos chamados “pastores eletrônicos” ou mesmo em conversas informais sobre os bastidores de muitas igrejas, fico surpreso com a arrogância dos evangélicos.
Por um lado, ao invés da humildade ensinada por Cristo, cada vez mais é ensinado um “evangelho” onde o (in)fiel cobra, ordena e determina toda sorte de prosperidade (financeira e na área da saúde) para sua vida.
Por outro lado, a arrogância se expressa em um ar de superioridade, como se o cristão estivesse acima de tudo e todos, sempre estivesse certo a respeito de qualquer assunto e, graças à sua perfeição e fidelidade, possa julgar os erros (e até os acertos) de qualquer pessoa.
Talvez esse seja o motivo pelo qual fiquei surpreso pelo ato de humildade de um grande astro mundial da música, que revelou sua história e sua intimidade em um livro autobiográfico, publicado em 2007.
Você pode até não gostar de rock e blues, mas é difícil não considerar Eric Clapton um grande músico. Sua técnica e virtuose criaram um estilo pessoal e levaram uma geração a considerá-lo o “deus da guitarra”. Depois de passar por grupos que marcaram a história do rock, como o Yardbirds e Cream, Clapton seguiu carreira solo, sempre no convívio com astros como George Harrison, Paul McCartney, Phil Collins, mesmo antes da fama de cada um deles.
Eu sou fã de biografias. Quando sinceras, revelam as pessoas como elas são, com suas qualidades e defeitos. Eric Clapton revela sem meias-palavras sua triste história familiar, seus relacionamentos instáveis e o quanto sua carreira foi pontuada pelo envolvimento com drogas e pelo alcoolismo.
É interessante que, logo depois da leitura da história de Clapton, li a de Tim Maia, escrita por Nelson Motta. E percebi o quanto a trajetória dos dois é semelhante em alguns aspectos, porém com finais completamente diferentes.
Depois de uma primeira temporada de internação para tratamento contra a dependência química na clínica Hazelden, em 1982, Clapton gravou um novo trabalho – Money and Cigarettes – e fez uma turnê para promover o álbum. Foi o primeiro passo para uma recaída.
Na seqüência, gravou uma série de músicas que não foram aceitas pela gravadora, participou da trilha do filme O Traidor e saiu em turnê em uma parceria com Roger Waters. Só em 1985 consegue emplacar um novo álbum, Behind the Sun, que também leva para a estrada, junto com o álcool e as drogas.
Em agosto de 1986, nasce Conor, segundo filho de Clapton, agora com uma modelo italiana. Embora o relacionamento seja um tanto distante, a existência de Conor gradualmente leva o músico a voltar a si e perceber a necessidade de mudar seu estilo de vida. Para isso, em novembro de 1987, retorna para a clínica Hazelden.
Quando já estava no final do tratamento, Clapton percebeu que durante que permaneceu ali, apenas desempenhou um papel que aparentava uma mudança, mas internamente sentia-se o mesmo. Foi nesse momento que ele sofreu uma transformação radical em sua vida, após um sentimento de profundo desespero, como relata:
Naquele momento, quase que por si mesmas, minhas pernas cederam, e caí de joelhos. Na privacidade de meu quarto, implorei por socorro. Eu não atinava com quem estava falando, sabia apenas que havia chegado ao meu limite, não me restava mais nada para lutar. Então lembrei do que tinha ouvido falar sobre rendição, algo que pensei que jamais conseguiria fazer, que meu orgulho simplesmente não permitira, mas entendi que sozinho eu não teria sucesso, por isso pedi socorro e, caindo de joelhos, me rendi.
Em poucos dias percebi que havia acontecido alguma coisa comigo. Um ateísta provavelmente diria que foi apenas uma mudança de atitude, e em certa medida é verdade, mas foi muito mais que isso. Encontrei um lugar a que recorrer, um lugar que sempre soube que estava ali, mas em que nunca realmente quis ou precisei acreditar. Daquele dia até hoje, jamais deixei de rezar de manhã, de joelhos, pedindo ajuda, e à noite para expressar gratidão por minha vida e, acima de tudo, por minha sobriedade. Prefiro me ajoelhar porque sinto que preciso ser humilde quando rezo e, com meu ego, isso é o máximo que posso fazer.
“Se você está perguntado por que faço tudo isso, vou dizer... porque funciona, simples assim. (...) Não tenho problema com religião e cresci com uma forte curiosidade sobre modelos espirituais, mas minha busca afastou-me da igreja e da veneração em grupo rumo a uma jornada interior. Antes de minha recuperação ter início, encontrei meu Deus na música e nas artes, com escritores como Herman Hesse, e músicos como Muddy Waters, Howlin’ Wolf e Little Walter. De algum jeito, de alguma forma, meu Deus sempre esteve ali, mas agora eu havia aprendido a falar com ele.”
Quando li estas palavras, pensei em duas coisas. Primeiro, a necessidade de humildade para se aproximar de Deus. E, em segundo lugar, o quanto Deus utiliza todos os meios para falar conosco. A música tem significado em si mesma. E, acredito, muitos dos músicos que se dizem cristãos não compreendem isso. A música pode nos conduzir ao nosso interior. Mostrar quem somos. Mostrar o que o mundo é. E pode mostrar o que Deus é para nós. Seja ela considerada secular ou sacra.
Porém, em qualquer tipo de arte, quando o ego, o orgulho, o desejo de aparecer e a competição são os ingredientes, todos perdem com isso. E infelizmente, essa parece ser a receita de muitos artistas “cristãos” que vemos e ouvimos por aí afora.
Letras pobres, melodias repetitivas, êxtase sem sentido e até alguns rituais estranhos no palco. E o marketing forçando as pessoas a comprarem, tocarem e até imitarem seu “astro gospel”.
Infelizmente, o ambiente cristão também é vítima – e autor – do mesmo baixo nível que existe no mundo musical contemporâneo. Ainda em sua autobiografia, Eric Clapton analisa: “A cena musical como a vejo hoje é pouco diferente de quando eu estava crescendo. Os percentuais são aproximadamente os mesmos: 95% de lixo e 5% puro”.
Mas, há esperança. E é interessante que ela venha de uma pessoa que não está diretamente ligada ao meio eclesiástico, que não é líder de algum ministério musical, tenha lançado álbuns com o selo “cristão” ou “gospel”, ou mesmo que professe publicamente uma religião.
Depois de ler vários livros sobre música no meio cristão, confesso, com um misto de tristeza (pela falta de compreensão e clareza de grande parte de nossos músicos e líderes) e também alegria (pela graça divina que revela sua grandeza e seus mistérios a quem Lhe aprouver), que a definição de música, para Clapton, é perfeita:
“A música sempre vai achar um caminho até nós, com ou sem negócios, política, religião ou qualquer outra baboseira ligada a ela. A música sobrevive a tudo e, como Deus, está sempre presente. Não precisa de ajuda, e não é obstruída. Ela sempre me encontrou e, com a bênção e permissão de Deus, sempre haverá de encontrar”
Por Fábio Davidson
Geralmente quando assisto aos chamados “pastores eletrônicos” ou mesmo em conversas informais sobre os bastidores de muitas igrejas, fico surpreso com a arrogância dos evangélicos.
Por um lado, ao invés da humildade ensinada por Cristo, cada vez mais é ensinado um “evangelho” onde o (in)fiel cobra, ordena e determina toda sorte de prosperidade (financeira e na área da saúde) para sua vida.
Por outro lado, a arrogância se expressa em um ar de superioridade, como se o cristão estivesse acima de tudo e todos, sempre estivesse certo a respeito de qualquer assunto e, graças à sua perfeição e fidelidade, possa julgar os erros (e até os acertos) de qualquer pessoa.
Talvez esse seja o motivo pelo qual fiquei surpreso pelo ato de humildade de um grande astro mundial da música, que revelou sua história e sua intimidade em um livro autobiográfico, publicado em 2007.
Você pode até não gostar de rock e blues, mas é difícil não considerar Eric Clapton um grande músico. Sua técnica e virtuose criaram um estilo pessoal e levaram uma geração a considerá-lo o “deus da guitarra”. Depois de passar por grupos que marcaram a história do rock, como o Yardbirds e Cream, Clapton seguiu carreira solo, sempre no convívio com astros como George Harrison, Paul McCartney, Phil Collins, mesmo antes da fama de cada um deles.
Eu sou fã de biografias. Quando sinceras, revelam as pessoas como elas são, com suas qualidades e defeitos. Eric Clapton revela sem meias-palavras sua triste história familiar, seus relacionamentos instáveis e o quanto sua carreira foi pontuada pelo envolvimento com drogas e pelo alcoolismo.
É interessante que, logo depois da leitura da história de Clapton, li a de Tim Maia, escrita por Nelson Motta. E percebi o quanto a trajetória dos dois é semelhante em alguns aspectos, porém com finais completamente diferentes.
Depois de uma primeira temporada de internação para tratamento contra a dependência química na clínica Hazelden, em 1982, Clapton gravou um novo trabalho – Money and Cigarettes – e fez uma turnê para promover o álbum. Foi o primeiro passo para uma recaída.
Na seqüência, gravou uma série de músicas que não foram aceitas pela gravadora, participou da trilha do filme O Traidor e saiu em turnê em uma parceria com Roger Waters. Só em 1985 consegue emplacar um novo álbum, Behind the Sun, que também leva para a estrada, junto com o álcool e as drogas.
Em agosto de 1986, nasce Conor, segundo filho de Clapton, agora com uma modelo italiana. Embora o relacionamento seja um tanto distante, a existência de Conor gradualmente leva o músico a voltar a si e perceber a necessidade de mudar seu estilo de vida. Para isso, em novembro de 1987, retorna para a clínica Hazelden.
Quando já estava no final do tratamento, Clapton percebeu que durante que permaneceu ali, apenas desempenhou um papel que aparentava uma mudança, mas internamente sentia-se o mesmo. Foi nesse momento que ele sofreu uma transformação radical em sua vida, após um sentimento de profundo desespero, como relata:
Naquele momento, quase que por si mesmas, minhas pernas cederam, e caí de joelhos. Na privacidade de meu quarto, implorei por socorro. Eu não atinava com quem estava falando, sabia apenas que havia chegado ao meu limite, não me restava mais nada para lutar. Então lembrei do que tinha ouvido falar sobre rendição, algo que pensei que jamais conseguiria fazer, que meu orgulho simplesmente não permitira, mas entendi que sozinho eu não teria sucesso, por isso pedi socorro e, caindo de joelhos, me rendi.
Em poucos dias percebi que havia acontecido alguma coisa comigo. Um ateísta provavelmente diria que foi apenas uma mudança de atitude, e em certa medida é verdade, mas foi muito mais que isso. Encontrei um lugar a que recorrer, um lugar que sempre soube que estava ali, mas em que nunca realmente quis ou precisei acreditar. Daquele dia até hoje, jamais deixei de rezar de manhã, de joelhos, pedindo ajuda, e à noite para expressar gratidão por minha vida e, acima de tudo, por minha sobriedade. Prefiro me ajoelhar porque sinto que preciso ser humilde quando rezo e, com meu ego, isso é o máximo que posso fazer.
“Se você está perguntado por que faço tudo isso, vou dizer... porque funciona, simples assim. (...) Não tenho problema com religião e cresci com uma forte curiosidade sobre modelos espirituais, mas minha busca afastou-me da igreja e da veneração em grupo rumo a uma jornada interior. Antes de minha recuperação ter início, encontrei meu Deus na música e nas artes, com escritores como Herman Hesse, e músicos como Muddy Waters, Howlin’ Wolf e Little Walter. De algum jeito, de alguma forma, meu Deus sempre esteve ali, mas agora eu havia aprendido a falar com ele.”
Quando li estas palavras, pensei em duas coisas. Primeiro, a necessidade de humildade para se aproximar de Deus. E, em segundo lugar, o quanto Deus utiliza todos os meios para falar conosco. A música tem significado em si mesma. E, acredito, muitos dos músicos que se dizem cristãos não compreendem isso. A música pode nos conduzir ao nosso interior. Mostrar quem somos. Mostrar o que o mundo é. E pode mostrar o que Deus é para nós. Seja ela considerada secular ou sacra.
Porém, em qualquer tipo de arte, quando o ego, o orgulho, o desejo de aparecer e a competição são os ingredientes, todos perdem com isso. E infelizmente, essa parece ser a receita de muitos artistas “cristãos” que vemos e ouvimos por aí afora.
Letras pobres, melodias repetitivas, êxtase sem sentido e até alguns rituais estranhos no palco. E o marketing forçando as pessoas a comprarem, tocarem e até imitarem seu “astro gospel”.
Infelizmente, o ambiente cristão também é vítima – e autor – do mesmo baixo nível que existe no mundo musical contemporâneo. Ainda em sua autobiografia, Eric Clapton analisa: “A cena musical como a vejo hoje é pouco diferente de quando eu estava crescendo. Os percentuais são aproximadamente os mesmos: 95% de lixo e 5% puro”.
Mas, há esperança. E é interessante que ela venha de uma pessoa que não está diretamente ligada ao meio eclesiástico, que não é líder de algum ministério musical, tenha lançado álbuns com o selo “cristão” ou “gospel”, ou mesmo que professe publicamente uma religião.
Depois de ler vários livros sobre música no meio cristão, confesso, com um misto de tristeza (pela falta de compreensão e clareza de grande parte de nossos músicos e líderes) e também alegria (pela graça divina que revela sua grandeza e seus mistérios a quem Lhe aprouver), que a definição de música, para Clapton, é perfeita:
“A música sempre vai achar um caminho até nós, com ou sem negócios, política, religião ou qualquer outra baboseira ligada a ela. A música sobrevive a tudo e, como Deus, está sempre presente. Não precisa de ajuda, e não é obstruída. Ela sempre me encontrou e, com a bênção e permissão de Deus, sempre haverá de encontrar”
Por Fábio Davidson
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